Pacientes do SUS que aguardam por consultas, exames e cirurgias nos
estados do Pará, Ceará, Pernambuco, além do Distrito Federal poderão ser
atendidos por hospitais privados da Hapvida a partir de novembro. A
ampliação da participação da operadora de plano
de saúde no programa Agora Tem Especialistas - que já havia iniciado a
oferta de serviços para a rede pública em Recife (PE) - foi anunciada
nesta quinta-feira (30), pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em
São Paulo (SP). Na ocasião, ele anunciou, ainda,
a adesão do hospital Santa Marcelina, que, junto a outros 11
estabelecimentos de saúde privados e filantrópicos, já pode atuar na
rede pública pelo programa.
"É no Agora Tem Especialistas que concretizamos a parceria necessária
para acabar com o tempo de espera no SUS. A adesão, com a Hapvida e a
entrada do Santa Marcelina - uma referência da Zona Leste de São Paulo -
são a prova de que essa união com o setor privado
funciona. Estamos transformando dívidas e incentivos fiscais em mais
cirurgias, exames de imagem e consultas especializadas, garantindo que o
paciente que espera possa ser atendido em um hospital privado de graça e
totalmente pelo SUS. Esse é o caminho para
dar dignidade e acesso rápido à população", disse o ministro da saúde,
Alexandre Padilha, durante o 29º Congresso Abramge, onde participou de
um debate sobre o futuro da saúde.
Como contrapartida aos atendimentos prestados, esses estabelecimentos
poderão quitar dívidas que têm com a União. No caso da operadora, são
dívidas de ressarcimento ao SUS, que ocorrem quando pacientes dos planos
de saúde contratados são atendidos pela rede
pública. Já os hospitais privados, com e sem fins lucrativos, poderão
abater dívidas de tributos federais vencidas ou a vencer, usando os
créditos financeiros recebidos pela prestação dos serviços.
Estratégia para desafogar a demanda reprimida e reduzir o tempo de espera no SUS
Para ampliar a capacidade de atendimento do SUS, o programa mobiliza a
rede de saúde privada como uma de suas ações para reduzir o tempo de
espera por consultas, exames e cirurgias. A expectativa é que a
ampliação dos atendimentos pela Hapvida ocorra ao longo
de novembro, mês em que o plano de saúde deve mobilizar suas unidades
hospitalares e equipes médicas para receber e tratar os pacientes da
rede pública em municípios dos três estados e no DF.
Os primeiros atendimentos da Hapvida pelo Agora Tem Especialistas
aconteceram em agosto em Recife (PE). Na ocasião, oito pacientes foram
submetidos a duas cirurgias de artroplastia de quadril para colocação de
próteses, duas cirurgias de vesícula, duas tomografias
e duas ressonâncias magnéticas no hospital Ariano Suassuna, da
operadora.
Já com a adesão do Santa Marcelina, 12 instituições com e sem fins
lucrativos atuarão pelo programa na modalidade de crédito financeiro: os
hospitais privados Cynthia Charone (PA), a Maternidade São Francisco
(RJ) e o Hospital Santa Terezinha (PB); os hospitais
filantrópicos Santa Casa de Recife e o Instituto de Medicina Integral
Professor Fernando Figueira (Imip), em Recife (PE), as Santas Casas de
Fortaleza, Santo Amaro e Sobral, no Ceará, a Santa Casa de Porto Alegre
(RS), a Beneficência Portuguesa (PA) e o Instituto
de Oncologia e Ciências Médicas de Minas Gerais.
Para desafogar a demanda reprimida e assim reduzir o tempo de espera no
SUS, o programa é realizado pelo governo federal em parceria com os
estados e municípios. Assim, os pacientes do SUS são encaminhados para
atendimento, no âmbito das ações do Agora Tem
Especialistas, pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Ou
seja, suas Centrais de Regulação são responsáveis por organizar as
prioridades, direcionando os pacientes para as unidades de saúde
públicas ou privadas.
Atendimentos em especialidades prioritárias para o SUS
Por ano, o Agora Tem Especialistas possibilitará a conversão de até R$ 2
bilhões de dívidas em mais atendimentos pela modalidade do crédito
financeiro, e até R$ 1,3 bilhão, por ressarcimento ao SUS. Para serem
credenciados, os hospitais privados e filantrópicos
precisam comprovar capacidade técnica e operacional de ofertar serviços
de saúde especializados em seis áreas prioritárias: oncologia,
ortopedia, ginecologia, cardiologia, oftalmologia e
otorrinolaringologia.
Além disso, os atendimentos a serem disponibilizados precisam atender às
necessidades da rede pública nos estados e municípios. Essa avaliação é
feita em parceria com os grupos condutores do programa, que conta com a
participação das secretarias de saúde.
Brasil integra Rede Global de Regulação em Inteligência Artificial para a Saúde
Ainda em São Paulo (SP), o ministro da Saúde assinou um Memorando de
Entendimento (MoU) com a HealthAI – The Global Agency for Responsible AI
in Health, formalizando a adesão do Brasil à Rede Global de Regulação
em Inteligência Artificial para a Saúde (HealthAI
GRN).
"Hoje também anunciamos um acordo internacional voltado ao uso
responsável da Inteligência Artificial (IA) na saúde, que coloca o
Brasil como protagonista no desenvolvimento de padrões globais e
regulamentações que assegurem o uso ético, seguro e responsável
da IA na saúde. O acordo, com prazo de 24 meses e sem transferência de
recursos financeiros, prevê ações como a produção de um perfil de
maturidade regulatória do país e o co-desenvolvimento de um plano de
implementação personalizado", destacou Alexandre Padilha.
Com a adesão formalizada, o Brasil se posiciona entre os dez primeiros
países a integrar a iniciativa, ao lado de Reino Unido, Índia e
Singapura, destacando-se como referência regional na transformação
digital e na governança ética e responsável da IA em saúde.
O acordo respeita integralmente a soberania digital e a legislação
nacional, incluindo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).