O câncer de útero é o terceiro mais frequente entre a população feminina no País - atrás somente do câncer de mama e de colorretal - e a quarta causa de morte de mulheres. Diante deste cenário, o Ministério da Saúde lançou a campanha Março Lilás com o objetivo de conscientizar a população sobre o tema e ajudar no enfrentamento do câncer de colo do útero, que é causado, principalmente, por infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV).
O ginecologista e obstetra do Emilio Ribas, Emerson Batista da Silva Santos, explica que o HPV é uma infecção viral comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, sendo uma preocupação de saúde pública tanto no Brasil quanto no estado do Ceará.
"Esta infecção, transmitida principalmente por contato sexual, pode causar uma série de complicações graves, incluindo o próprio câncer cervical, vulvar, vaginal, peniano, anal e orofaríngeo. Dessa forma, a vacinação contra o HPV emerge como uma ferramenta crucial na prevenção dessa doença", esclarece.
No Brasil, estima-se que o HPV afete uma grande parcela da população. Dados do Ministério da Saúde indicam que, até 2020, foram notificados mais de 205 mil casos de câncer relacionados ao HPV no País. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) ainda estima que o Brasil teve 16,7 mil novos casos de câncer de colo do útero entre 2020 e 2022.
"A vacinação contra o HPV tem sido uma estratégia eficaz na prevenção dessas infecções virais e, consequentemente, na redução do risco de desenvolvimento do câncer de colo do útero. É essencial destacar que a vacinação contra o HPV é mais eficaz quando administrada antes do início da atividade sexual", pontua Santos.
A orientação é que imunização seja incentivada em crianças e adolescentes, de preferência entre 9 e 14 anos de idade, de acordo com as diretrizes do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.
"Além de prevenir o câncer cervical, a vacinação contra o HPV também é eficaz na prevenção de outras doenças causadas pelo vírus. Entre elas estão as verrugas genitais, uma condição altamente contagiosa e desconfortável, e lesões pré-cancerosas que podem levar ao desenvolvimento de cânceres genitais, que podem levar a amputações", acrescenta o ginecologista e obstetra.