Espécie considerada um dos símbolos do Ceará, a Aratinga Jandaya, ou Jandaia-Verdadeira, que está na Lista Vermelha de espécies ameaçadas de extinção da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), foi recentemente encontrada, por biólogos, em um bairro de Fortaleza, e mobilizou, na manhã desta sexta-feira (20), uma ação de limpeza e revitalização do local, promovida pela Associação de Moradores do Vila Verde (Amoviver), com apoio de instituições e do Arvorar, novo parque temático do Beach Park que promove a conservação e a educação ambiental, a ser inaugurado em breve para o público, em Aquiraz.
O mutirão de limpeza contou com a participação de moradores do bairro e voluntários das instituições. O objetivo foi remover os resíduos que podem afetar o bem-estar da espécie, além de preservar a vegetação nativa do local e alertar as pessoas sobre o descarte incorreto de resíduos. Durante a ação, foram distribuídas garrafas de água para os voluntários, luvas e sacos plásticos para a coleta do lixo. O material utilizado na ação foi doado pelo Arvorar.
De acordo com a bióloga que identificou a presença da ave no local, Suzete Bastos, cerca de 20 jandaias estão no local, que também é um ponto de lazer dos moradores. Os ninhos foram feitos em ocos de carnaúbas, árvore também considerada símbolo do Ceará. Representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Semace também estiveram no local para observar as aves e planejar possíveis medidas de educação ambiental e fiscalização. As autoridades alertam para o não aprisionamento dos animais, tendo em vista que a captura é a principal ameaça para a espécie.
A Jandaia-verdadeira é uma das espécies escolhidas para iniciar o Projeto Refauna Arvorar. A iniciativa, realizada em parceria com as ONGs Associação Caatinga e Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), tem por objetivo o repovoamento de aves nativas do Ceará ameaçadas de extinção, começando com a Jandaia-verdadeira (Aratinga jandaya) e o Periquito Cara-Suja (Pyrrhura griseipectus). A Jandaia-verdadeira ainda ilustra um grande portal esculpido pelo artista cearense Narcélio Grud, que recepciona os visitantes, na entrada do Parque.
A missão do Arvorar é manter a conservação das espécies presentes no parque, principalmente aqueles que não possuem condições de retorno ao ambiente natural. O Arvorar tem a capacidade de receber animais de qualquer parte do Brasil, valorizando a biodiversidade e respeitando todas as instalações adequadas e protocolos sanitários. As espécies são alocadas de acordo com o porte e ambientação de cada aviário, buscando sempre o mais próximo do ambiente natural.
No Parque Arvorar, os animais provenientes de apreensões, vítimas de tráfico e maus-tratos são tratados física e comportamentalmente nos bastidores. Aqueles avaliados pelo órgão competente de que estão aptos à soltura são encaminhados para instituições parceiras para passarem pelo processo de reabilitação e retorno ao ambiente natural.
O local possui uma estrutura completa para o atendimento dos animais, com equipamentos de ponta para realizar diversos procedimentos, como exames de sangue, ultrassom e raio-x, atuando como ponto de apoio no cuidado com a fauna local. O parque oferece apoio e suporte técnico para animais que são encaminhados ao parque pela Semace, órgão responsável pela destinação da fauna apreendida e resgatada do tráfico de animais. Para desenvolver todo o trabalho de atendimento ao público e aos animais, o parque conta com uma equipe multidisciplinar de 64 colaboradores, incluindo veterinários, biólogos, zootecnistas, educadores ambientais e cuidadores de animais.
