Para muitas pessoas, o Natal é sinônimo de celebração e união familiar. Contudo, para aqueles que enfrentam o primeiro Natal após a perda de um ente querido, a data pode despertar um misto de emoções dolorosas, como saudade, tristeza e solidão. A psicanalista Elaine de Tomy, especialista em saúde emocional e vice-presidente do Instituto Revoar, destaca que esse momento exige compreensão, acolhimento e ressignificação das memórias.

"O Natal é uma data carregada de simbolismos e tradições que reforçam os laços familiares. Quando há a ausência de alguém querido, especialmente pela primeira vez, o impacto emocional pode ser intenso. É importante reconhecer e aceitar esses sentimentos, sem tentar reprimi-los", afirma Elaine.

Segundo a psicanalista, o luto não tem uma duração fixa e cada pessoa vivencia essa jornada de maneira única. No entanto, ela sugere algumas formas de tornar esse período menos doloroso: "Um caminho saudável é encontrar maneiras de homenagear o ente querido. Pode ser uma oração especial, acender uma vela ou até mesmo relembrar histórias que tragam conforto. Transformar a saudade em memória afetuosa pode ajudar a aliviar a dor."

Elaine reforça também a importância de buscar apoio emocional. "Conversar com amigos, familiares e um terapeuta é essencial. Dividir os sentimentos e acolher emoções ajudam a ressignificar a perda, permitindo que a pessoa encontre forças para seguir em frente."

Para aqueles que não se sentem à vontade para celebrar, a especialista recomenda respeitar os próprios limites. "Não há obrigação de seguir as tradições natalinas se isso for doloroso. É válido criar novas rotinas ou mesmo passar o Natal de forma mais reservada. O mais importante é priorizar o bem-estar emocional." A psicanalista encerra com uma mensagem de acolhimento: "Permita-se viver o luto, mas também busque formas de nutrir esperança e amor, mesmo em meio à dor. É um processo que requer tempo, paciência e muito cuidado consigo mesmo."