O divórcio é um processo complexo que impacta toda a dinâmica familiar, e a saúde mental dos filhos muitas vezes é a mais vulnerável nesse período de transição. No Brasil, de acordo com dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de divórcios vem em uma crescente considerável e atingiu em 2022, o marco de 420.039 ao ano, com crescimento de 8,6%. Dados e pesquisas também demonstram consistentemente que a separação dos pais, especialmente quando acompanhada de conflitos e alienação parental, pode ter consequências significativas no bem-estar emocional de crianças e adolescentes.
Tais estudos apontam um aumento da incidência de ansiedade, depressão, dificuldades de comportamento, problemas de relacionamento e até mesmo queda no desempenho escolar em filhos de pais divorciados, especialmente em contextos de alta litigiosidade. A alienação parental, caracterizada por ações de um genitor para afastar o filho do outro, agrava ainda mais esse quadro, podendo gerar traumas psicológicos profundos e duradouros.
Diante dessa realidade, a psicóloga e educadora parental Sarah Rebeca Barreto alerta para a importância de uma abordagem parental consciente e responsável durante e após o divórcio. "É fundamental que os pais priorizem o bem-estar emocional dos filhos acima de seus próprios conflitos. As crianças precisam sentir-se seguras e amadas por ambos os genitores, mesmo que a dinâmica familiar se transforme", enfatiza.
A especialista destaca alguns pontos cruciais para um divórcio com o mínimo de danos e traumas para os filhos:
A profissional reforça que, assim como diversos processos na vida que demandam suporte especializado, a separação parental é um deles e a atenção à saúde mental dos filhos não deve ser negligenciada. "Buscar orientação psicológica e profissional pode fazer toda a diferença na forma como as crianças vivenciam essa transição, minimizando os impactos negativos e promovendo um desenvolvimento saudável", finaliza.